quinta-feira, 8 de maio de 2014

GRECIA ANTIGA


GREGOS


Os gregos contribuíram muito para o mundo ocidental, verificamos a presença deste povo nas artes, nos princípios éticos e políticos. Os primeiros povos a ocupar a Grécia foram os Pelasgos  em 2000 a.C., porém depois seu território foi invadido por povos indu-europeus conhecidos também como helenos.

A chegada destes povos foi decisiva para a história política da Grécia, porém eles não realizaram uma ocupação uniforme no território grego.

Com esses povos se iniciavam os tempos homéricos. Homero é o suposto autor das obras “Ilíada” e “Odisséia”, essas obras são grande fonte de referência histórica para se conhecer esse período.

CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO HOMÉRICO


- Tradição e religião eram grande fonte de poder;
- Autoridade nas mãos do mais velho;
- Valorização da coragem na guerra;
- Cultivo coletivo da terra e a produção era repartida entre todos;

Com o crescimento da população e o conseqüente aumento do consumo de alimentos, houve a necessidade de terras mais férteis para aumentar a produção, o que causou várias disputas que acabaram por romper o processo de repartição coletiva.

CONSEQÜÊNCIAS DESSAS DISPUTAS


- Rompimento da repartição coletiva
- Desigualdade social
- Migrações: alguns deixavam a Grécia para fundar colônias em outras regiões; outros passaram a viver do comércio e artesanato; outros, ainda tornaram-se pequenos agricultores.
- As unidades políticas se ampliaram até formarem as cidades-Estados.

AS CIDADES-ESTADOS


- ESPARTA

Características
- Legislação severa
- Militarismo
- Estrutura social rígida. Dividia a sociedade em 3 grupos.
- Elite: eram os espartanos ou esparciatas. Por serem os únicos considerados cidadãos, podiam controlar a religião a política e os assuntos militares.
- Periecos: eram livres e se dedicavam ao comércio e ao artesanato.
- Hilotas: prisioneiros de guerra, eram a maioria da população.

Os espartanos temiam rebeliões dos hilotas, por esta razão fizeram da cidade um verdadeiro campo militar.

Aos sete anos, os meninos passavam a pertencer ao Estado e eram educados para a guerra, se desobedecessem eram punidos.Toda essa submissão causava transtornos entre as famílias, pois o cidadão espartano servia ao exército até os 60 anos.

O governo espartano era monárquico: dois reis comandavam os exércitos e representavam os interesses das principais famílias espartanas.


- ATENAS
-  

Características
- Sociedade dividida em 3 grupos
- cidadãos: eram os proprietários de terra e o grupo mais poderoso.
- metecos: estrangeiros que se envolviam com o comércio e artesanato.
- escravos: não tinham direito político, assim como as mulheres.

- comércio ativo: exportavam: vinho,azeite,artesanato. Importavam: cobre,ferro e trigo.

Antes de se tornar uma Democracia (leia mais sobre a democracia ateniense), Atenas conheceu a monarquia, oligarquia ( governo de poucas pessoas, pertencentes ao mesmo partido, classe ou família) e a tirania.

LÍDERES


Drácon (legislador)
Sólon (legislador)
Pisístrato (tirano)
Hípias (tirano)
Hiparco (tirano)
Iságoras (último tirano)
Clístenes (sob seu comando, Atenas entrou em um período de reformas políticas que beneficiavam os mais pobres)

Nos séculos V e IV a.C.(Período Clássico), os gregos se envolveram em várias guerras.

1) Guerras Médicas: lutaram contra os persas, pois estes haviam construído um império que ameaçava as colônias gregas.

2) Guerra do Peloponeso (Atenas X Esparta): Esparta saiu vencedora.

3) Tebas X Esparta: Tebas saiu vencedora.






CONSEQÜÊNCIAS DESSAS GUERRAS


- Enfraquecimento das cidades gregas
- Enfraquecimento bélico




OS GREGOS E OS MACEDÔNIOS


Os Macedônios viviam no norte da Grécia, sem acesso para o mar, isolados geograficamente, porém com a ascensão de Filipe II ao poder, organizaram um exército e iniciaram uma campanha militar no intuito de conseguir uma saída para o mar - essa atitude os levou à conquista da Grécia em 338 a.C.

Foi com Alexandre - O Grande, que o Império Macedônico expandiu-se ainda mais. Alexandre derrotou os persas e os fenícios, chegando a invadir a Mesopotâmia e a dominar o extenso território que ia do mar Mediterrâneo até o rio Indo.

O império macedônico reunia traços ocidentais e orientais, ou seja, era marcado pela variedade cultural. Vários conhecimentos resultaram desse intercâmbio cultural, dentre eles a filosofia.

A mistura de hábitos, idéias e religiões dos povos que viviam sob o domínio macedônio ficou conhecido como cultura helenística.

Havia também uma preocupação com a existência humana e a vontade de ter uma vida mais tranqüila. Qual o papel do indivíduo no mundo?


CULTURA GREGA



- Mitologia

Características
- A mitologia grega incluía deuses, semi-deuses e heróis.
- Seus deuses tinham emoções parecidas com os seres-humanos, porém eram imortais. Zeus era o soberano do Olimpo (situado ao norte da Grécia).
- Alguns deuses eram homenageados em templos.
- Os gregos não se preocupavam com a vida após a morte.
- Corpos eram cremados e os cultos eram baseados em sacrifícios humanos.
- Outra forma de homenagear os deuses eram nos jogos pan-helênicos e nas Olimpíadas, feitas em homenagem a Zeus.
- A mitologia grega trazia ensinamentos e exemplos para a reflexão.Os gregos procuravam fornecer explicações para os mistérios da natureza e dos sentimentos humanos.



- Arte

Era centrada no homem, ou seja, era antropocêntrica.

- Exemplos de artistas

Escultura: Fídias, Míron e Praxíteles, são os mais conhecidos, porém o primeiro foi o mais atuante.

Teatro: Ésquilo (“Prometeu acorrentado”), Sófocles (“Édipo rei”), Eurípedes (“Medéia”) e Aristófanes (“As nuvens” e “As rãs”).

Poesia: Homero. Suposto autor da ”Ilíada” e “Odisséia”.

A “Ilíada” narra a Guerra de Tróia e a “Odisséia” conta as aventuras de Ulisses ao voltar para casa após o término dessa guerra.

Outros autores: Hesíodo, Heródoto e Tucídides.

Filosofia: Pitágoras, Sócrates, Platão e Aristóteles.



CONCLUSÃO



A Grécia fez importantes contribuições ao campo da arte, da literatura e da filosofia: seus escultores e arquitetos, poetas e dramaturgos, filósofos e legisladores lançaram as bases longínquas de toda a cultura ocidental; suas colônias estenderam-se até o mar Negro, norte da África e sul da Itália e França, mas a constante rivalidade, sobretudo entre Esparta e Atenas, acabou enfraquecendo a civilização grega permitindo a sua conquista por Filipe da Macedônia em 338 a.C.

Seu filho, Alexandre, O Grande difundiu largamente a civilização helênica, como citado anteriormente.

domingo, 24 de junho de 2012

CASTELOS MEDIEVAIS


CRUZADAS CENAS SELECIONADAS


OBRIGAÇÕES FEUDAIS



As obrigações feudais indicam a situação subalterna dos servos durante a Idade Média.


Na Idade Média, a posse da terra se consolidou como pressuposto fundamental para que o poder político fosse exercido. Os senhores feudais, na qualidade de proprietários, tinham plena autoridade para determinar as leis e regras que organizavam o convívio sociopolítico no interior de suas terras. Dessa forma, aproveitavam dessa situação privilegiada para imprimirem seus interesses sobre a população servil.

Essa prática está assentada na antiga tradição germânica do beneficium, onde um proprietário cede parte de suas terras em troca de tributos e serviços. Além disso, o próprio processo de arrendamento de terras, que marca o fim do Império Romano, também influenciou este processo. No período medieval, esses tributos ficaram conhecidos como obrigações e determinavam o conjunto de impostos que um servo deveria pagar ao senhor feudal.

De fato, ao observamos a grande quantidade de feudos espalhados pela Europa, vemos que essas tributações variavam de acordo com o desígnio de cada proprietário. Apesar da variabilidade, podemos ainda assim apontar algumas das tributações que eram mais recorrentes no mundo feudal.

Uma das obrigações centrais da relação servil era a corveia. Segundo a tradição feudal, o servo era obrigado a trabalhar determinados dias da semana nas terras de seu senhor ou realizando outros reparos e construções. Logo em seguida tínhamos as redevances, uma série de tributos e retribuições que eram pagos através do oferecimento de produtos e dinheiro.

O mais comum dos redevances era a talha, um imposto em que o servo era obrigado a ceder parte da produção de suas terras (manso servil) para o senhor feudal. Além disso, tínhamos as banalidades, que consistia em um conjunto de pequenas tributações pagas em dias festivos ou quando o servo utilizava algumas das instalações do feudo (forno, celeiro, moinho, tonéis, largar e ferramentas).

A capitação era outro tipo de imposto, sob a forma de produtos, cobrada segundo o número de integrantes de uma família. A “mão morta” era paga toda vez que um servo falecia e os seus descendentes procuravam garantir o direito de trabalhar naquelas mesmas terras. Paralelamente, destacamos também a taxa de justiça, obrigação cobrada quando um servo requeria o julgamento de um senhor feudal; e a taxa de casamento, tributada toda vez que um servo casava-se com uma mulher de outro domínio.

Por fim, não bastando esse elevado número de exigências, devemos também destacar que o servo era obrigado a se mostrar hospitaleiro toda vez que um membro da classe nobiliárquica estivesse em viagem. Também beneficiada pelo sistema de obrigações, a Igreja recebia – em épocas especiais – uma taxa denominada Tostão de São Pedro, que tinha parte de seu valor destinado ao Vaticano.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

FEUDALISMO

 Iluminura medieval onde servos oferecem peças de um animal ao senhor feudal. 
Iluminura medieval onde servos oferecem peças de um animal ao senhor feudal.
O feudalismo consiste em um conjunto de práticas envolvendo questões de ordem econômica, social e política. Entre os séculos V e X, a Europa Ocidental sofreu uma série de transformações que possibilitaram o surgimento dessas novas maneiras de se pensar, agir e relacionar. De modo geral, a configuração do mundo feudal está vinculada a duas experiências históricas concomitantes: a crise do Império Romano e as Invasões Bárbaras.

A economia sofreu uma retração das atividades comerciais, as moedas perderam seu espaço de circulação e a produção agrícola ganhara caráter subsistente. Nesse período, a crise do Império Romano tinha favorecido um processo de ruralização das populações que não mais podiam empreender atividades comerciais. Isso ocorreu em razão das constantes guerras promovidas pelas invasões bárbaras e a crise dos centros urbanos constituídos durante o auge da civilização clássica.

A ruralização da economia também atingiu diretamente as classes sociais instituídas no interior de Roma. A antes abrangente classe de escravos e plebeus veio a compor, junto com os povos germânicos, uma classe campesina consolidada enquanto a principal força de trabalho dos feudos. Trabalhando em regime de servidão, um camponês estaria atrelado à vida rural devido às ameaças dos conflitos da Alta Idade Média e a relação pessoal instituída com a classe proprietária, ali representada pelo senhor feudal.

O senhor feudal representaria a classe nobiliárquica detentora de terras. Divididos por diferentes títulos, um nobre poderia ser responsável desde a administração de um feudo até pela cobrança de taxas ou a proteção militar de uma determinada propriedade. A autoridade exercida pelo senhor feudal, na prática, era superior a dos reis, que não tinham poder de interferência direta sobre as regras e imposições de um senhor feudal no interior de suas propriedades. Portanto, assinalamos o feudalismo como um modelo promotor de um poder político descentralizado.

Ao mesmo tempo em que a economia e as relações sociopolíticas se transformavam nesse período, não podemos nos esquecer da importância do papel da Igreja nesse contexto. O clero entraria em acordo com os reis e a nobreza com o intuito de expandir o ideário cristão. A conversão da classe nobiliárquica deu margens para que os clérigos interferissem nas questões políticas. Muitas vezes um rei ou um senhor feudal doava terras para a Igreja em sinal de sua devoção religiosa. Dessa forma, a Igreja também se tornou uma grande “senhora feudal”.

No século X o feudalismo atingiu o seu auge tornando-se uma forma de organização vigente em boa parte do continente europeu. A partir do século seguinte, o aprimoramento das técnicas de produção agrícola e o crescimento populacional proporcionaram melhores condições para o reavivamento das atividades comerciais. Os centros urbanos voltaram a florescer e as populações saíram da estrutura hermética que marcou boa parte da Idade Média.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

sábado, 4 de junho de 2011

CURIOSIDADE

Paleontologia
Na pré-história, homens cuidavam do lar e mulheres iam à caça

Estudo sugere que fêmeas de duas espécies de hominídeos passavam a maior parte do tempo caçando, enquanto os machos cuidavam do lar


Nas famílias dos Australopithecus africanus, que viveram entre 3,3 e 2,4 milhões de anos atrás, as mulheres caçavam, enquanto os homens ficavam cuidando do fogo (Christian Jegou/Latinstock)

A descoberta põe em xeque a teoria que defendia justamente o oposto: de que homens caçavam e mulheres ficavam no lar

Fêmeas de duas espécies de hominídeos que viveram no sul da savana africana há mais de um milhão de anos abandonavam suas famílias e caçavam sozinhas, enquanto os parceiros machos cuidavam do fogo. A descoberta, que desafia o entendimento atual da posição social da mulher e do homem primitivo, foi publicada no periódico Nature.

Para entender como esses antigos hominídeos viviam e formavam grupos, a equipe de paleontólogos da Colorado University Boulder, dos Estados Unidos, analisou o registro dentário das espécies Australopitecos africanus e Paranthropus robustus. Ambos faziam parte de uma linhagem de parentes próximos dos humanos.

No total, 19 dentes com datas variando entre 2,7 e 1,7 milhões de anos foram analisados. Os especialistas descobriram que mais da metade dos dentes femininos veio de fora da área local de convivência da espécie, enquanto apenas 10% dos masculinos vinham de fora. Os dados sugerem que os machos cresciam e morriam no mesmo lugar.

O hábito é diferente da maioria dos primatas, incluindo gorilas, em que as fêmeas permanecem com o grupo onde nasceram e os machos partem para outros lugares. A descoberta foi uma surpresa, revelou Sandi Copeland, coordenadora da pesquisa. "Na maioria dos grupos de mamíferos, normalmente é o macho que deixa a comunidade", disse.

domingo, 22 de maio de 2011

Napoleon Total War (legendado em português)

Bela aula de economia: Grande Hayek vs Keynes click cc para legendas

O Museu Virtual - Do Renascimento ao Impressionismo

RENASCIMENTO

Introdução

Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença.

Contexto Histórico

As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc.

Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.

Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.

Características Principais:

- Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;

- As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico;

- Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus ( teocentrismo ), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo);

- A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.

Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas, começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo. Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França, Polônia e Países Baixos.

Mona Lisa de Leonardo da Vinci: uma das obras de arte mais conhecidas do Renascimento
Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras:

- Giotto di Bondone (1266-1337) - pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.

- Michelangelo Buonarroti (1475-1564)- destacou-se em arquitetura, pintura e escultura.Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais conhecida).

- Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).

- Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.

- Sandro Botticelli - (1445-1510)- pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera.

- Tintoretto - (1518-1594) - importante pintor veneziano da fase final do Renascimento. Obras principais: Paraíso e Última Ceia.

- Veronese - (1528-1588) - nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do Renascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto e São Jerônimo no Deserto.

Renascimento Científico

Na área científica podemos mencionar a importância dos estudos de astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária idéia do heliocentrismo (teoria que defendia que o Sol estava no centro do sistema solar). Copérnico também estudou os movimentos das estrelas.

Galileu Galilei: um dos principais representantes do Renascimento Científico

Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a idéia de que a Terra girava em torno do Sol. Este motivo fez com que Galilei fosse perseguido, preso e condenado pela Inquisição da Igreja Católica, que considerava esta idéia como sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas idéias para fugir da fogueira.

A invenção da prensa móvel, feita pelo inventor alemão Gutenberg em 1439, revolucionou o sistema de produção de livros no século XV. Com este sistema, que substituiu o método manuscrito, os livros passaram a ser feitos de forma mais rápida e barata. A invenção foi de extrema importância para o aumento da circulação de conhecimentos e ideias no Renascimento.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Reforma Protestante

REFORMA RELIGIOSA

Na Europa do século XVI, a Igreja passaria pela maior crise de sua história. A indisciplina e a leviandade de muitos membros do clero haviam gerado descrença e repulsa entre os fiéis. O sentimento nacionalista, desenvolvido pelas monarquias, estimulava o desejo de expropriar as terras da Igreja espalhadas por todas as nações da Europa. A burguesia, desgostosa com as restrições que o catolicismo fazia ao comércio, ao lucro, à usura, estava ávida por uma ética religiosa que justificasse suas atividades. Nessas condições a Igreja passaria por uma divisão que levou ao aparecimento de inúmeras seitas religiosas protestantes. Esse movimento foi chamado de Reforma. A reação católica ficaria conhecida como Contra-Reforma.

Fatores que originaram a Reforma:

1 - Críticas à Igreja Católica:

1.1 - Os membros da alta hierarquia do clero viviam luxuosamente, totalmente alheios ao povo;

1.2 - Quebra do celibato por parte de alguns membros do clero;

1.3 - Venda de cargos da Igreja;

1.4 - Venda de “dispensas” (isenções de algumas regras da Igreja ou de votos feitos anteriormente);

1.5 -Venda de objetos religiosos;

1.6 -Venda de Indulgências (perdão de alguns pecados);

1.7 -Cisma do Ocidente: fruto de divisões internas na Igreja que provocaram a eleição de dois papas – um em Roma e outro na França) Cativeiro de Avignon

1.8 - Combate da Igreja à usura (empréstimo de dinheiro à juros altos) A igreja defendia o “preço justo” (teoria imcompatível com o sistema econômico da época)

1.9 - Questionamento da riqueza da Igreja.

A Reforma na Alemanha:

A Alemanha não era um Estado centralizado. Encontrava-se geograficamente no Sacro-Império Romano-Germânico.O comércio só havia se desenvolvido no litoral norte e no sudeste. Sendo assim, a Alemanha era um estado praticamente feudal com a Igreja sendo detentora de um terço das terras.

2 - Teorias de Lutero:

2.1 -O homem se justifica somente pela fé; (crença na predestinação);

2.2 - Só existem dois sacramentos: o Batismo e a Eucaristia (negação da transubstanciação);

2.3 -Bíblia: única fonte de verdade divina;

2.4 - Não existe uma hierarquia religiosa, o celibato e o uso do latim nos cultos religiosos.

Em 1517 Lutero publicou as “95 teses”. Nesse documento Lutero expunha sua doutrina e opunha-se à venda de indulgências.E m 1520 foi excomungado pelo papa Leão X.

A Alemanha ficou dividida em duas áreas religiosas: ao norte o luteranismo e ao sul, onde a influência do imperador era maior, prevaleceu o catolicismo. Isso fez com que a Igreja perdesse grande parte de suas terras e os tributos que recebia.

O luteranismo apresentava poucos atrativos para a burguesia. O comércio, segundo Lutero, foi criado do Diabo e sancionado pelo papa.

A Reforma na Suíça :

Suíça: região de grande desenvolvimento comercial e poder descentralizado;

Zwinglio: foi o iniciador da Reforma na Suíça

João Calvino: chegou à Suíça em 1536 e em 1541 ele e seus partidários tomaram o poder em Genebra até a data de sua morte em 1564.


Teorias de Calvino :


O homem nasce predestinado e se salva apenas pela fé;

Encorajava o trabalho e o lucro como vocação dada por Deus

Segundo tais princípios a burguesia encontrou a ética protestante de que necessitava. Sendo assim o Calvinismo se espalhou pela França, Inglaterra, Escócia e na Holanda.


Reforma na Inglaterra :


O rompimento com a Igreja Católica deu-se no reinado de Henrique VIII. O rei estava casado há 18 anos com Catarina de Aragão e não tinha nenhum filho homem. Decidiu anular seu casamento, para se casar com Ana Bolena, pedindo ao papa Clemente VII o divórcio. O papa negou o pedido do rei e Henrique VIII fundou sua própria Igreja.

A Igreja Anglicana permaneceu idêntica à Igreja Católica, sendo diferente na autoridade máxima dos anglicanos, que passou a ser o rei e não o papa.


A Contra-Reforma :


Foi um movimento de reação por parte da Igreja Católica em oposição ao protestantismo

Concílio de Trento (1545-1563): reafirmação dos dogmas, proibiu-se a venda de indulgências, fundou-se seminários e exigiu-se disciplina do clero.

Reestabelecimento dos tribunais da Santa Inquisição

Index Librorum Prohibitorum: Livros cuja leitura era proibida pelos fiéis.

Criação da Companhia de Jesus em 1534 por Inácio de Loyola.

sábado, 12 de junho de 2010

Revolução Russa


No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas).

Rússia Czarista

Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com os governo do czar.

No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No conhecido Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo czar.

Começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de Lênin. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.


A Rússia na Primeira Guerra Mundial


Faltava alimentos na Rússia czarista, empregos para os trabalhadores, salários dignos e democracia. Mesmo assim, Nicolau II jogou a Rússia numa guerra mundial. Os gastos com a guerra e os prejuízos fizeram aumentar ainda mais a insatisfação popular com o czar.


- Greves, manifestações e a queda da monarquia -

As greves de trabalhadores urbanos e rurais espalham-se pelo território russo. Ocorriam muitas vezes motins dentro do próprio exército russo. As manifestações populares pediam democracia, mais empregos, melhores salários e o fim da monarquia czarista. Em 1917, o governo de Nicolau II foi retirado do poder e assumiria Kerenski (menchevique) como governo provisório.

A Revolução Russa de outubro de 1917

Com Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na Rússia. Os bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução que ocorreu em outubro de 1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin assumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram para as mãos dos trabalhadores.

Lênin também retirou seu país da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918. Foi instalado o partido único: o PC (Partido Comunista).

A formação da URSS

Após a revolução, foi implantada a URSS ( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento econômico, principalmente após a NEP ( Nova Política Econômica ). A URSS tornou-se uma grande potência econômica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados Unidos na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução a situação da população geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios socialistas. A falta de democracia imperou na URSS.

1) Condições Sócio Econômicas da Rússia Pré-Revolucionária :

Política: CZAR (Imperador Russo) Czar Nicolau II:

Autocracia: governo em que o soberano possui poderes ilimitados e absolutos
Economia: • Predominantemente Agrária (80%)

20%: Comércio e Indústria (capital estrangeiro, principalmente francês em cidades como: São Petesburgo e Moscou)

Sociedade: Classe Dominante: Czar, Clero Ortodoxo Russo, Nobreza Aristocrática (Latifundiários) Burguesia “Desorganizada” (por ainda se encontrar em um processo de início de industrialização)
Classe Dominada: Proletários e grande massa de Camponeses

2) Bases Políticas:

PARTIDO OPERÁRIO SOCIAL DEMOCRATA RUSSO (POSDR):

• Mencheviques: Etapistas

• Bolcheviques: Revolucionários

3) Revolução de 1905 – “O Ensaio Geral” (Lênin)

• 1904: Guerra Russo Japonesa: disputa imperialista por áreas de influência na China – Manchúria e Coréia)

• 22/01/1905 – “DOMINGO SANGRENTO”: Manifestação Pública na qual operários marcharam rumo ao Palácio de Inverno do Czar e entregariam uma petição de direitos (reformas sociais, políticas, religiosas, fiscais, trabalhistas e elaboração de uma Constituição por uma Assembléia Nacional). Centenas de trabalhadores foram metralhados pelos soldados do czar.

• Em resposta ao “Domingo Sangrento” greves e manifestações eclodiram na Rússia, estendendo-se, inclusive, às unidades militares (como foi o caso da rebelião dos marinheiros do “Encouraçado Potemkim”)

• Surgimento dos SOVIETS: termo russo que significa “Conselho”. Eram as Assembléias ou Conselhos de deputados eleitos e formados por operários, soldados e camponeses entre as Revoluções de 1905 e 1917. Após a Revolução de Bolchevique, os soviets se tornaram um órgão deliberativo de Estado.

• DUMA (Parlamento): Convocada pelo Czar Nicolau II após a Revolução de 1905 para tentar apaziguar o clima de tensão entre o povo russo. Todavia a Duma não teve representatividade, pois era composta de membros da nobreza aristocrática e burguesia, além de ser um órgão cuja função era meramente consultiva e poderia ser dissolvida a qualquer momento pelo Czar.

A Rússia na Primeira Guerra Mundial

Entrando ao lado da Tríplice Entente (juntamente com a França e Inglaterra), a Rússia ficou responsável pelo front oriental (Alemanha X Rússia). As derrotas levaram ao aceleramento da queda do regime czarista russo e à revolução.

5) Revolução de Fevereiro-Março de 1917 – (Mencheviques):

• Principal Característica: Democrático-Burguesa

• 23/02/1917 (Calendário Russo) – 08/03/1917 (Calendário Ocidental): “Glória às mulheres em luta pela liberdade” estava escrito em um cartaz de comemoração ao Dia Internacional das Mulheres.

Do dia 23 à 27 de fevereiro, além dessa manifestação feminina uma série de outras manifestações populares ocorreram na Rússia. O Czar Nicolau II agora, sequer, poderia contar com seus soldados que se juntaram aos revolucionários e, no dia 27, soldados e trabalhadores ocuparam o Palácio de Inverno e o czar abdica do trono.

• DUALIDADE DE PODERES:

 Governo Provisório: exercido por Alexander Kerenski – Mencheviques (não correspondia às aspirações populares)

SOVIETE DE PETROGRADO:


Comando das tropas locais do exército e marinha, controle das estradas e ferrovias, gestão dos correios e telégrafos:

• Anistia Política

• Rússia Continua na Primeira Guerra Mundial.

6) Revolução de Outubro-Novembro de 1917 (Bolcheviques):

• LÊNIN: “Teses de Abril” , “PAZ, TERRA E PÃO: TODO PODER AOS SOVIETES”

•TROTSKY: Comandante da “Guarda Vermelha”. Foi eleito presidente do Soviete de Petrogrado. Promove, juntamente com Lênin, a derrubada do Governo Provisório.

25/10/1917 (Calendário Russo) – 07/11/1917 (Calendário Ocidental): O “Comitê Militar Revolucionário” do Soviete de Petrogrado e a “Guarda Vermelha” depõem o Governo Provisório Menchevique e formam o “CONSELHO DE COMISSÁRIOS DO POVO”

O GOVERNO DE LÊNIN (1917 – 1924):

• Assinatura do Tratado de Brest-Litovsk (Saída da Rússia da 1ª Guerra)

• Reforma Agrária

• Institucionalização dos Sovietes

• Nacionalização dos Bancos

 Organização do aparelho repressivo - criação da policia política CheKa

• A Guerra Civil (1918 – 1921):

EXÉRCITO BRANCO CONTRA EXÉRCITO VERMELHO:
Inglaterra, França, EUA, Itália, etc, Oficiais Monarquistas, Politicos Conservadores, Burguesia e Latifundiários, VERSUS,  Tropas representantes do Governo Bolchevique e Guarda vermelha.
Comunismo de Guerra: rígido controle sobre a produção e o consumo
“Cordão Sanitário” (isolamento da Rússia do restante do mundo).

• N.E.P. (Nova Política Econômica – 1921 – 1927): retorno parcial à formas de economia capitalista para superar a crise pós-guerra civil

• 1922: Criação da União das Repúblicas Socialistas e Soviéticas (U.R.S.S.) por Lênin

• 1924: Morte de Lênin

7) TROTSKY X STALIN:

- Assasinato de Trotsky no Mexico

8) O GOVERNO DE STALIN (1924 – 1953):

1 -  Expurgos

2 - Planos Qüinqüenais

3 - Culto à Personalidade

4 - Governo Ditatorial

5 - Execuções Sumárias

6 - Campos de concentração Gulags na Sibéria.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

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Napoleão e o Arco do Triunfo

Era Napolêonica

Após o golpe de Napoleão chamado 18 Brumário que no calendário da Revolução Francesa significa 09 de novembro, houve um plebiscito que aceitou a Constituição do Ano 8 da Revolução. Instaurando o Consulado Triplo de 1799-1802. O Consulado tinha entre seus cônsules Napoleão. Um segundo plebiscito aprovou a Constituição do Ano 10 que instalou o Consulado Uno e Vitalício de Napoleão e que duraram outros dois anos até o seu atentado.

O atentado gerou um terceiro plebiscito e a consequente instauração do Império com Napoleão imperador. O Império seguiu por 10 anos – de 1804-1814 e sua derrota final veio na Batalha de Waterloo após o enfraquecimento do exercito depois das guerras na Espanha e na Rússia.

Com a derrota, Napoleão foi mandado em exílio para a ilha de Elba ao norte da ilha de Córsega. Por 11 meses o Ex-imperador ficou aprisionado como o Imperador de Elba. Em 1815 fugiu e partiu para Paris a pé sendo seguido por milhares de militares para retomar o poder.

Ao chegar a Paris, deu início ao período chamado Os Cem Dias de Napoleão que durou de Março de 1815 até Junho quando Napoleão foi novamente exilado.

As maiores realizações de Napoleão foram:

A centralização do poder após anos de instabilidade depois da Revolução Francesa, Reforma educacional na França com a instalação de vários liceus e colégios, a concordata com a Igreja Católica que retornou os padres ao território francês, a criação do Banco da França e do franco que durou até a entrada do Euro, Código Civil Napoleônico: que representou a consolidação dos ideais da Revolução Francesa.

O grande brilhantismo de Napoleão foi observado nas guerras. No âmbito econômico, a maior concorrente da França era a Inglaterra. No âmbito político, a Áustria, a Prússia e a Rússia viam a expansão de Napoleão como uma expansão dos ideais da Revolução Francesa. Sendo países absolutistas, temiam que revoluções similares eclodissem em seus territórios.

Para combater a Inglaterra, a França instaurou o Bloqueio Continental que visava sufocar o comércio. Isto provocou a vinda da família Imperial ao Brasil e do príncipe regente João VI que eram aliados dos ingleses. Mas quebras do Bloqueio permitiram a sobrevivência da Inglaterra. Em especial, a quebra do Bloqueio pela Rússia iniciou a iniciativa que iria destruir o império de Napoleão.

Com a derrota final de Napoleão foi convocado o Congresso de Viena que reuniu Áustria, Rússia, Prússia e Inglaterra. A meta era reorganizar o mapa político europeu estabelecendo um equilíbrio entre as grandes potências. Para isso foi adotado o Princípio da Legitimidade, proposto pelo primeiro ministro francês, Talleyrand. As nações europeias deveriam retornar a ter as mesmas fronteiras e dinastias que possuíam em 1789. Metternich, primeiro ministro austríaco foi considerado a alma do Congresso.

O resultado do Congresso foi à restauração do Absolutismo e a negação do liberalismo burguês. Como método de programar as decisões do Congresso, foi formada a Santa Aliança que seria um instrumento político e militar que reprimiria militarmente movimentos de caráter liberal e ou revolucionários.

sábado, 29 de maio de 2010

Guerreiros Cruzados !!!

CRUZADAS

As Cruzadas são tradicionalmente definidas como expedições de caráter "militar” organizada pela Igreja, para combaterem os inimigos do cristianismo e libertarem a Terra Santa (Jerusalém) das mãos desses infiéis. O movimento estendeu-se desde os fins do século XI até meados do século XIII. O termo Cruzadas passou a designá-lo em virtude de seus adeptos (os chamados soldados de Cristo) serem identificados pelo símbolo da cruz bordado em suas vestes. A cruz simbolizava o contrato estabelecido entre o indivíduo e Deus. Era o testemunho visível e público de engajamento individual e particular na empreitada divina.

Partindo desse princípio, podemos afirmar que as peregrinações em direção a Jerusalém, assim como as lutas travadas contra os muçulmanos na Península Ibérica e contra os hereges em toda a Europa Ocidental, foram justificadas e legitimadas pela Igreja, através do conceito de Guerra Santa -- a guerra, "divinamente", autorizada para combater os infiéis.

"Para os homens que não haviam se recolhido a um mosteiro, havia um meio de lavar suas faltas, de ganhar a amizade de Deus: a peregrinação. Deixar a casa, os parentes, aventurar-se fora da rede de solidariedades protetoras, caminhar durante meses, anos. A peregrinação era penitência, provação, instrumento de purificação, preparação para o dia da justiça. A peregrinação era igualmente prazer. Ver outros países: a distração deste mundo cinzento. Em bandos, entre camaradas. E, quando partiam para Jerusalém, os cavaleiros peregrinos levavam armas, esperando poder guerrear contra o infiel: foi durante essas viagens que se formou a ideia da guerra santa, da cruzada".

O movimento cruzadista foi motivado pela conjugação de diversos fatores, dentre os quais se destacam os de natureza religiosa, social e econômica. Em primeiro lugar, a ocorrência das Cruzadas expressava a própria cultura e a mentalidade de uma época. Ou seja, o predomínio e a influência da Igreja sobre o comportamento do homem medieval devem ser entendidos como os primeiros fatores explicativos das Cruzadas.

Tendo como base a intensa religiosidade presente na sociedade feudal a Igreja sempre defendia a participação dos fiéis na Guerra Santa, prometendo a eles recompensas divinas, como a salvação da alma e a vida eterna, através de sucessivas pregações realizadas em toda a Europa.

O Papa Urbano II, idealizador da Primeira Cruzada, realizou sua pregação durante o Concílio de Clermont rompida com a separação da Igreja no Cisma do Oriente, o Papa assim se dirigiu aos fiéis: " Deixai os que outrora estavam acostumados a se baterem impiedosamente contra os fiéis, em guerras particulares, lutarem contra os infiéis. Deixai os que até aqui foram ladrões tornarem-se soldados. Deixai aqueles que outrora bateram contra seus irmãos e parentes lutarem agora contra os bárbaros como devem. Deixai os que outrora foram mercenários, a baixo soldo, receberem agora a recompensa eterna. Uma vez que a terra onde vós habitais, é demasiadamente pequena para a vossa grande população, tomai o caminho do Santo Sepulcro e arrebatai aquela terra à raça perversa e submetei-a a vós mesmos".

A ocorrência das Cruzadas Medievais deve ser analisada também como uma tentativa de superação da crise que se instalava na sociedade feudal durante a Baixa Idade Média. Por esta razão outros fatores contribuíram para sua realização.

Muitos nobres passam a encarar as expedições à Terra Santa como uma real possibilidade de ampliar seus domínios territoriais.

Aliada a esta questão deve-se lembrar de que a sucessão da propriedade feudal estava fundamentada no direito de primogenitura. Esta norma estabelecia que, com a morte do proprietário, a terra deveria ser transmitida, por meio de herança, ao seu filho primogênito. Aos demais filhos só restavam servir ao seu irmão mais velho, formando uma camada de "nobres despossuídos" -- a pequena nobreza -- interessada em conquistar territórios no Oriente por meio das Cruzadas.

Tanto a Cruzada Popular como a das Crianças foram fracassadas. Ambas tiveram um trágico fim, devido à falta de recursos que pudessem manter os peregrinos em sua longa marcha. Na verdade, as crianças mal alcançaram a Terra Santa, pois a maioria morreu no caminho, de fome ou de frio. Alguns chegaram somente até a Itália, outros se dispersaram, e houve aqueles que foram sequestrados e escravizados pelos mulçumanos. Com os mendigos da Cruzada Popular não foi diferente. Embora tivessem alcançado a cidade de Constantinopla (sob péssimas condições), as autoridades bizantinas logo trataram de afastar aquele grupo de despossuídos. Para tanto, o bispo de Constantinopla incentivou os peregrinos a lutarem contra os infiéis da Ásia. O resultado não poderia ser outro: sem condições para enfrentar os fanáticos turcos seldjúcidas, os abnegados fiéis foram massacrados. Além dessas duas cruzadas, tiveram ainda oito cruzadas oficialmente organizadas, em direção à Terra Santa.

-DESDOBRAMENTOS-

Em um primeiro momento, a conquista de terras e o controle da cidade de Jerusalém foram alcançados pelas tropas cristãs. Entretanto, o êxito teve pouca duração mediante as sucessivas vitórias que recolocaram a Terra Santa sob administração muçulmana e as reconquistas dos domínios orientais tomados pelos cristãos. Por fim, os reinos latinos, estabelecidos nas primeiras cruzadas, foram reduzidos a algumas porções da Palestina e da Síria.

Apesar de tais limitações, as Cruzadas tiveram papel fundamental para que a civilização europeia trilhasse novos rumos. Os saques promovidos no Oriente permitiram que uma expressiva quantidade de moedas adentrasse a economia feudal. Com isso, os comerciantes tiveram condições para criar companhias de comércio que transitavam entre o Ocidente e o Oriente. Progressivamente, o medo das terras longínquas perdeu espaço para um renovado espírito empreendedor.

As rotas comerciais permitiram o desenvolvimento das cidades ocidentais e a aproximação dos saberes das civilizações europeia, muçulmana e bizantina. A busca pelo lucro, o racionalismo econômico, o aprimoramento da tecnologia marítima e o racionalismo econômico manifestavam que os antigos ditames feudais não permaneceriam intocados. Do ponto de vista econômico, a antiga feição agrária da Europa ganhava outros contornos.

Os senhores feudais, interessados pelas mercadorias que vinham do mundo oriental, reorganizaram o modelo de produção de suas terras buscando excedentes que pudessem sustentar esse novo padrão de consumo. Além disso, a estrutura rígida do sistema servil cedeu espaço para o arrendamento de terras e a saída de servos atraídos pelo novo modo de vida existente nos espaços urbanos revitalizados. Assim, o feudalismo dava os primeiros indícios de sua crise.

Ao mesmo tempo em que houve o contato entre as culturas, não podemos esquecer que a intolerância religiosa também foi outro importante signo deixado pelas Cruzadas. Do ponto de vista histórico, a perseguição aos judeus e aos muçulmanos se fortaleceu com essas situações de conflito. Não por acaso, podemos notar que os reinos ibéricos, por exemplo, empreenderam uma forte campanha contra indivíduos não cristãos na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.

As Cruzadas demonstram que as consequências das ações humanas nem sempre se concretizam conforme seus anseios e expectativas. Contudo, foi essa mesma imprevisibilidade que nos indicou a constituição de novos rumos que romperam o ordenamento feudal. De fato, é praticamente impossível não pensar na contribuição profunda deste evento histórico para que a Europa Moderna ensaiasse os seus primeiros passos.

As 8 CRUZADAS:

Primeira Cruzada 1096 – 1099:

Foi em 1095 que o Papa Urbano II proclamou a primeira Cruzada. Primeiramente foi iniciada a Cruzada dos Mendigos, que foi realizada por inúmeros marginais liderados por Pedro, o Eremita. Essa expedição partiu sem nenhuma organização, os indivíduos não possuíam armas nem recursos, apenas tinham a certeza de que combatendo os infiéis teriam a garantia da salvação de alma.

Depois de percorrer toda a Europa por vários meses, a Cruzada dos Mendigos chegou a Constantinopla, de lá seguiram para a Ásia Menor, onde chegaram já enfraquecidos e foram destruídos pelos turcos.

Em 1096, efetivamente a expedição da Primeira Cruzada partiu em direção à Jerusalém. Esta era constituída por grandes senhores que eram liderados por Godofredo de Bouillon. Após atravessar a Constantinopla conquistaram várias cidades asiáticas, como Edessa, Antioquia, Trípoli, Acre, e finalmente Jerusalém.

Segunda Cruzada 1147-1149:

Os cruzados se envolveram em disputas internas e como estavam distantes de suas bases europeias, os turcos armaram um contra-ataque e reconquistaram Edessa. Com isso, São Bernardo de Claraval fixou a Segunda Cruzada que foi liderada por Conrado II, imperador germânico, e Luís VII, rei da França. Partiram para Antioquia e Acre, mas a conquista de Damasco foi fracassada, por isso acabaram renunciando.

Em 1187, Saladino, sultão do Egito enfrentou os cristão e conseguiu conquistar Jerusalém.

Terceira Cruzada 1189-11921:

A Terceira Cruzada que foi convocada em 1189 teve a participação de Frederico Barbarroxa, imperador germânico, Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra e Felipe Augusto, da França. Frederico, que vinha por terra, morreu na Ásia Menor. Ricardo e Felipe, que avançavam por mar, chegaram à Palestina, e depois de um desentendimento entre eles, Felipe retornou à França onde tomou alguns dos feudos do rei inglês, e Ricardo ficou na Palestina onde disputou a Batalha de Arsuf e venceu Saladino, porém suas tropas já estavam arruinadas e não teve condições de sitiar a Cidade Santa.

Nesse contexto, Ricardo firmou um acordo diplomático com Saladino, e retornou à Europa. Esse acordo garantia que Jerusalém ficaria aberta aos peregrinos cristãos por dez anos.

Quarta Cruzada 1202-1204:

A Quarta Cruzada foi convocada em 1202 por Inocêncio III, que recentemente havia assumido o pontificado. Esta expedição foi liderada pelo marquês de Montferrat e pelo conde Balduíno de Flandres. Primeiramente, os cruzados conquistaram a cidade de Zara, e no ano seguinte sitiaram e conquistaram a Constantinopla.

No entanto, essa Cruzada não combateu os mulçumanos, apenas atacou e saqueou os povos cristãos. Por essa razão, Inocêncio III excomungou os cruzeiros da Quarta Cruzada. Esse fato indica que a intensa religiosidade não foi a principal causa das Cruzadas.

Quinta Cruzada 1217-1221:

A Quinta Cruzada foi liderada por João de Brienne, rei de Jerusalém e por Leopoldo VI, duque da Áustria. Essa expedição alcançou o Acre, e em seguida seguiu para o Egito, porém a conquista desse território foi fracassada.

Sexta Cruzada 1228-1229:

A Sexta Cruzada foi comandada por Frederico II, imperador alemão. O líder teve bom êxito nas negociações com os maometanos: conseguiu algumas licenças econômicas, firmou um acordo de livre acesso dos cristãos à Jerusalém por quinze anos e foi titulado o rei de Jerusalém.

Sétima e Oitava Cruzadas (1248-1250 e 1270):

Luís IX da França foi o líder da Sétima e Oitava Cruzadas. No ano de 1248, o imperador iniciou a Sétima Cruzada e foi derrotado e aprisionado quando desembarcou no Egito. Foi libertado quando seus companheiros fizeram o resgate. Em 1270, Luís IX iniciou a Oitava Cruzada atacando a cidade de Túnis, no norte da África, onde morreu vitima de uma peste.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: A GUERRA DE TRINCHEIRAS

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

A Primeira Guerra Mundial é um marco no início do século XX. Foi a partir desta Guerra que novas correlações de forças estabeleceu-se no mundo.

- Declínio da Europa e a ascensão dos EUA à condição de principal potência mundial.

Antecedentes:

A - Grande disputa política e por intensa corrida armamentista,

B - Potências imperialistas europeias (França, Inglaterra, Alemanha, EUA),

C - Conflitos pelo controle das matérias-primas e dos mercados mundiais,

D - Territórios Afro-asiáticos: O neocolonialismo ou também denominado como “a partilha afro-asiática”,

E - Movimentos nacionalistas na Europa a I Guerra Mundial,

F - Pan-eslavismo – Política estimulada pela Rússia, defendia a união de todos os povos de origem eslava da Europa oriental, aproveitando-se da fragmentação do Império Otomano, incluindo os que estão sob domínio do Império Austro-Húngaro. 

Pangermanismo – Ideal defendido pelos alemães propõe a formação de um bloco de países de origem germânica. 

G - Revanchismo francês – O sentimento de revanche se desenvolveu a partir de 1871 quando a França foi derrotada pelas tropas de Bismark tomando as regiões da Alsácia-Lorena, rica em carvão e minério de ferro e coroaram o rei Guilherme I da Prússia imperador alemão em Paris, em 18 de janeiro de 1871.

H - Crise Balcânica – Os conflitos entre Áustria e Sérvia na península balcânica colaboram para acirrar as diferenças nacionalistas entre os países europeus. Em 1908 a Áustria anexou a Bósnia-Herzegovina impedindo que a Sérvia mantivesse sua política de organizar a “Grande Sérvia”, que incorporaria as regiões balcânicas de povos eslavos.

Estopim: "O estudante bósnio cristão Gavrilo Prinzip fere mortalmente o arquiduque Francisco Fernando e sua esposa, quando visitavam Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina"

Apoiada pela Alemanha, a Áustria deu um ultimato à Sérvia para que o incidente fosse por uma comissão mista. Resposta negativa e sérvia e mobilização das tropas russas;

- Os alemães exigiram a neutralidade da França.

- 28 de junho a Áustria declarou guerra à Sérvia.

- Marrocos – A crise do Marrocos envolveu diretamente os interesses da França e da Alemanha, que disputavam domínios coloniais no norte da África.

O sistema de alianças:

Os países europeus procuravam então organizar os exércitos, produzir armamentos e fazer acordos entre si para garantir força na disputa. 

Tríplice Aliança - Reunia o Império Alemão, o Império Austro-húngaro e a Itália, desde 1882, com o objetivo de enfrentar o expansionismo francês na Europa. 

Tríplice Entente - Tem por base a Entente Cordiale, formada em 1904 pela Grã Bretanha e pela França para opor-se ao expansionismo alemão. Em 1907, com a adesão da Rússia, ela se transforma na Tríplice Entente. Durante a guerra, outras 24 nações incorporam-se à Entente, formando uma ampla coalizão chamada de Aliados. 

Tríplice Entente - Tem por base a Entente Cordiale, formada em 1904 pela Grã Bretanha e pela França para opor-se ao expansionismo alemão. Em 1907, com a adesão da Rússia, ela se transforma na Tríplice Entente. Durante a guerra, outras 24 nações incorporam-se à Entente, formando uma ampla coalizão chamada de Aliados.

As fases da Guerra:


A guerra é dividida normalmente em dois grandes períodos:

1 - GUERRA DE MOVIMENTOS: deslocamento constante das tropas - Os principais ataques foram realizados pela Alemanha: neutralização dos russos e avanços sobre a França no lado ocidental.
A invasão da Bélgica foi usado pela Inglaterra como pretexto para entrar na Guerra. 

Vale lembrar que a Itália, até então aliada da Alemanha e Áustria, declarou-se neutra e não participou da guerra nesta primeira fase. 

2 - FASE E O TERROR COMEÇA - GUERRA DE TRINCHEIRAS:

Reflexo do equilíbrio de forças e busca de garantir posições estratégicas;

Esse foi um longo período, até 1917, caracterizado por grande desgaste: elevada mortalidade, grande destruição, elevados gastos financeiros. Na tentativa de conseguir vantagens, os países envolvidos na guerra procuraram desenvolver novos armamentos ( canhões de longo alcance, tanques, aviões, submarinos...) criando novas tecnologias eu pudessem ser aplicadas na guerra. 

Em 1915 os italianos entraram na Guerra junto aos aliados, com a promessa de que receberia parte das colônias alemãs. O ano de 1917 os alemães passaram a utilizar a guerra submarina .

Entrada dos EUA. Os ataques a navios mercantes norte americanos foi usado como pretexto para o Ingresso dos EUA na Guerra.

A Rússia sai da guerra devido à ascensão dos bolcheviques ao poder. A decisão unilateral fez com que a Alemanha invadisse o território russo, no entanto, em março de 1918 os dois países assinaram o Tratado de Brest-Litovski selando o fim da guerra entre ambos.

O FINAL DA GUERRA:

A Alemanha começava a ficar isolada, comprometendo o abastecimento do país.
Em setembro de 1918 as forças aliadas desfecharam uma grande ofensiva contra os alemães, que foram obrigados a recuar.

No interior do país aumentava o descontentamento e as pressões sobre o Imperador.
Em junho, Estados Unidos, França e Inglaterra, denominados os “Três Grandes” impuseram à Alemanha o tirânico - Tratado de Versalhes, que foi uma das causas da segunda grande guerra!

sábado, 15 de maio de 2010

Revolução Francesa

A situação da França no século XVIII era de extrema injustiça social na época do Antigo Regime. O Terceiro Estado era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos somente por este segmento social com o objetivo de manter os luxos da nobreza.

A França era um país absolutista nesta época. O rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. Havia a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar, nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia) ou condenados à guilhotina. 

A sociedade francesa do século XVIII era estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide social, estava o clero que também tinha o privilégio de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza formada pelo rei, sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte.

A base da sociedade era formada pelo terceiro estado (trabalhadores, camponeses e burguesia) que, como já dissemos, sustentava toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. Pior era a condição de vida dos desempregados que aumentavam em larga escala nas cidades francesas.

A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava participação política e mais liberdade econômica em seu trabalho.

A Revolução Francesa (14/07/1789)

A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa.


O lema dos revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado francês. Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793. O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.

No mês de Agosto de 1789, a Assembleia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo.

Girondinos e Jacobinos

Após a revolução, o terceiro estado começa a se transformar e partidos começam a surgir com opiniões diversificadas. Os girondinos, por exemplo, representavam a alta burguesia e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política. Por outro lado, os jacobinos representavam a baixa burguesia e defendiam uma maior participação popular no governo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, os jacobinos eram radicais e defendiam também profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres.

A Fase do Terror


Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder e organização as guardas nacionais. Estas recebem ordens dos líderes para matar qualquer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política são as marcas desta época.

Robbespierre, tentando sustentar-se no poder por meio da eliminação das oposições dentro do governo, condenou à morte alguns membros da própria Convenção, dentre os quais Danton, que discordavam de suas práticas radicais. Os girondinos e a planície uniram forças contra o governo de Robbespierre, que por sua vez perdeu o apoio popular. O resultado foi a prisão e a execução por guilhotina de Robbespierre.

O Diretório

Após a morte de Robbespierre, a Convenção passou a ser controlada pelos representantes da alta burguesia que, por sua vez, elaboraram uma nova Constituição.

Essa constituição ficou pronta em 1795, estabelecendo a continuidade do regime republicano. Ele seria controlado pelo Diretório, composto por cinco membros eleitos pelo Legislativo.

O diretório durou de 1795 a 1799. Foi um período de governo conturbado, em função do desemprego, a falta de abastecimento das cidades e a corrupção. O Estado tentava conter o descontentamento popular e reafirmar o poder político da burguesia sobre o país, mas a situação era preocupante.

O 18 Brumário

Durante o período de embate contra as tropas estrangeiras, o grande destaque foi o jovem general Napoleão Bonaparte. O jovem general, recém-chegado do Egito e com papel de destaque na campanha da Itália, foi o homem escolhido pela burguesia para pôr fim à instabilidade política e derrubar o Diretório.

Apoiado pela burguesia e pelo exército, Napoleão deflagrou o Golpe do 18 Brumário, em 10 de novembro de 1799. Com esse golpe, foi consolidado o poder da burguesia.

Em defesa de seus interesses mais profundos, a burguesia sacrificava a liberdade política por uma "mão forte" que lhe garantisse uma ordem econômica favorável. Encerrava-se o período de maturação interna da revolução e iniciava-se a fase de sua consolidação e expansão para o restante da Europa, por meio das baionetas dos exércitos de Napoleão.

Conclusão:

A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu espaço. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. A Revolução Francesa também influenciou com seus ideais iluministas, a independência de alguns países da América Espanhola e o movimento de Inconfidência Mineira no Brasil.

domingo, 9 de maio de 2010

EGITO

Egito Antigo

Terra dos faraós, das pirâmides, do papiro, das múmias e da esfinge, o Egito antigo deixou uma imensa herança cultural que, freqüentemente é explorada pela literatura e pelo cinema, estimulando o imaginário das pessoas. E continua a despertar o interesse de arqueólogos e historiadores.

O Egito antigo localizava-se no nordeste da África. 

Baixo e Alto Egito:

Na região mais próxima ao mar mediterrâneo, o rio Nilo forma uma grande delta, cujas terras eram muito férteis. Essa região ficou conhecida como baixo Egito.A partir da cidade de Mênfis. Na direção sul, ficava o alto Egito, cujas terras férteis (terra preta) constituíam uma estreita faixa ao longo do rio. Nas áreas não atingidas pelas enchentes, o solo era árido.

Médio Império e Novo Império:

O inicio e o final de cada período foi assinalado por algum acontecimento escolhidos pelos pesquisadores como marco: a unificação política do Egito, a mudança de uma família de governantes, a invasão de um povo estrangeiro, a consolidação de um império etc.

A Sociedade:

O faraó era um rei supremo do Egito, considerado um Deus vivo responsável pela prosperidade e proteção de seu povo. No entanto, essa crença na ‘’ condição divina do rei ‘’ sofre variações ao longo da história egípcia, ora sendo reforçada, ora sendo enfraquecida. 

De modo geral, o faraó detinha autoridade administrativa, judicial e militar. Podia ter diversas esposas legitimas e também um grande número de concubinas. Detinha a posse da maioria das terras do país, e auxiliado por um funcionário do governo e sacerdotes, exercia considerável controle sobre as atividades econômicas.

Para governar o Egito, o faraó contava também com o auxilio de muitos outros funcionários, como os Escribas, que conheciam a escrita e tinham diferentes graus de prestigio e poder.

Camponeses, Artesãos e Escravos:

Os Camponeses (também chamados de felás) executavam inúmeros trabalhos necessários á agricultura e á criação de animais. Os principais produtos cultivados eram o Trigo (para fazer pão), a Cevada (para fazer a cerveja), e o Linho (para fazer Tecidos). Também se dedicavam á plantação de legumes, verduras e frutas variadas.

Os Artesãos que produziam artigos de luxo trabalhavam, geralmente, nas oficinas urbanas, muitas vezes instaladas nos templos e palácios. Confeccionavam peças de ourivesaria, vasos de alabastro ou fiança, tecidos finos e etc. Já que os artesãos menos qualificados trabalhavam em oficinas rurais, produzindo tecidos rústicos, artigos de couro, vasilhas utilitárias, alimentos como pão e cerveja. Havia assim, artesãos de ofícios variados, ferreiros, carpinteiros, barqueiros, tecelões, ceramistas, ourives, pedreiros e cervejeiros.

Os Escravos formavam um grupo social numericamente pequeno diante do conjunto da população. Constituído, em sua, origem, principalmente prisioneiros de guerra trabalhavam em serviços variados: nas casas, nas pedreiras, nas minas e nos campos.

As condições de vida dos escravos variavam de acordo com o tipo de atividade que exerciam. Há indícios que os escravos domésticos viviam melhor do que, por exemplo, os escravos das minas e das pedreiras, embora ‘’ pertencesse ‘’ a outra pessoa, o escravo egípcio era considerado um ser humano e não uma ‘’ mercadoria ‘’ ele podia adquirir propriedade, testemunhar em tribunais e casar-se com livres. 

Religião e Arte:

A Religião teve enorme importância em diversos aspectos da vida egípcia na antiguidade.

Os egípcios eram Politeístas, ou seja, adoravam muitos deuses, que simbolizavam forças e fenômenos da natureza. Muitas divindades eram representadas em forma de animal ou mesclavam forma animal ou humana. Geralmente, cada cidade tinha um deus principal para o qual se erguia um templo.

Para os antigos egípcios, crer nos deuses significava cultuá-los, isto é, prestar-lhes homenagens e oferecer-lhes tributos.

A Arte Considerável parcela da produção artística do Egito antigo foi influenciada pela religião. O culto aos deuses levou a construção de belos templos (como Lúxor e Karnac) e á criação de esculturas e pinturas retratando divindades. Mas, além dos temas religiosos havia também muitas representações do cotidiano na produção artística, como cenas de colheita, pesca, navegação, pratica de artesanato e etc.

A Morte os egípcios acreditavam na vida após a morte no reino de Osíris. Imaginavam que os mortos seriam julgados por esse deus e poderiam retornar a seus corpos se fossem absolvidos. Para isso, seus corpos precisariam ser conservados. Desenvolveram, então a técnica de mumificação. Havia diferentes tipos de mumificação, desde os processos mais simples e baratos até os mais caros e luxuosos.

Conhecimentos Egípcios:

• Química - a manipulação de substâncias químicas surgiu no Egito e deu origem á fabricação de diversos remédios, e composições. A própria palavra Química vem do egípcio kemi, que significa ‘’ terra negra ‘’
• Matemática - as transações comercias e a administração dos bens públicos exigem a padronização de pesos e medidas, isto é, um sistema de notação numérica e de contagem.

Desenvolveu-se, assim a Matemática, incluindo a Álgebra e a Geometria, uteis, também, no cálculo necessário a construção de grandes obras arquitetônicas, como templos e pirâmides.

• Astronomia – para a navegação e atividades agrícolas, os egípcios orientavam-se pelas estrelas. Fizeram, então, mapas do céu, enumerando e agrupando as estrelas em constelações.

• Medicina – a pratica de mumificação contribuiu para o estudo do corpo humano. Alguns médicos acabaram se especializando em diferentes partes do corpo, como olhos, cabeça, dentes e o ventre

Livro: História Global, Brasil e Geral
Autor: Gilberto Cotrim
Volume Único
Editora: Saraiva