sexta-feira, 18 de junho de 2010

Reforma Protestante

REFORMA RELIGIOSA

Na Europa do século XVI, a Igreja passaria pela maior crise de sua história. A indisciplina e a leviandade de muitos membros do clero haviam gerado descrença e repulsa entre os fiéis. O sentimento nacionalista, desenvolvido pelas monarquias, estimulava o desejo de expropriar as terras da Igreja espalhadas por todas as nações da Europa. A burguesia, desgostosa com as restrições que o catolicismo fazia ao comércio, ao lucro, à usura, estava ávida por uma ética religiosa que justificasse suas atividades. Nessas condições a Igreja passaria por uma divisão que levou ao aparecimento de inúmeras seitas religiosas protestantes. Esse movimento foi chamado de Reforma. A reação católica ficaria conhecida como Contra-Reforma.

Fatores que originaram a Reforma:

1 - Críticas à Igreja Católica:

1.1 - Os membros da alta hierarquia do clero viviam luxuosamente, totalmente alheios ao povo;

1.2 - Quebra do celibato por parte de alguns membros do clero;

1.3 - Venda de cargos da Igreja;

1.4 - Venda de “dispensas” (isenções de algumas regras da Igreja ou de votos feitos anteriormente);

1.5 -Venda de objetos religiosos;

1.6 -Venda de Indulgências (perdão de alguns pecados);

1.7 -Cisma do Ocidente: fruto de divisões internas na Igreja que provocaram a eleição de dois papas – um em Roma e outro na França) Cativeiro de Avignon

1.8 - Combate da Igreja à usura (empréstimo de dinheiro à juros altos) A igreja defendia o “preço justo” (teoria imcompatível com o sistema econômico da época)

1.9 - Questionamento da riqueza da Igreja.

A Reforma na Alemanha:

A Alemanha não era um Estado centralizado. Encontrava-se geograficamente no Sacro-Império Romano-Germânico.O comércio só havia se desenvolvido no litoral norte e no sudeste. Sendo assim, a Alemanha era um estado praticamente feudal com a Igreja sendo detentora de um terço das terras.

2 - Teorias de Lutero:

2.1 -O homem se justifica somente pela fé; (crença na predestinação);

2.2 - Só existem dois sacramentos: o Batismo e a Eucaristia (negação da transubstanciação);

2.3 -Bíblia: única fonte de verdade divina;

2.4 - Não existe uma hierarquia religiosa, o celibato e o uso do latim nos cultos religiosos.

Em 1517 Lutero publicou as “95 teses”. Nesse documento Lutero expunha sua doutrina e opunha-se à venda de indulgências.E m 1520 foi excomungado pelo papa Leão X.

A Alemanha ficou dividida em duas áreas religiosas: ao norte o luteranismo e ao sul, onde a influência do imperador era maior, prevaleceu o catolicismo. Isso fez com que a Igreja perdesse grande parte de suas terras e os tributos que recebia.

O luteranismo apresentava poucos atrativos para a burguesia. O comércio, segundo Lutero, foi criado do Diabo e sancionado pelo papa.

A Reforma na Suíça :

Suíça: região de grande desenvolvimento comercial e poder descentralizado;

Zwinglio: foi o iniciador da Reforma na Suíça

João Calvino: chegou à Suíça em 1536 e em 1541 ele e seus partidários tomaram o poder em Genebra até a data de sua morte em 1564.


Teorias de Calvino :


O homem nasce predestinado e se salva apenas pela fé;

Encorajava o trabalho e o lucro como vocação dada por Deus

Segundo tais princípios a burguesia encontrou a ética protestante de que necessitava. Sendo assim o Calvinismo se espalhou pela França, Inglaterra, Escócia e na Holanda.


Reforma na Inglaterra :


O rompimento com a Igreja Católica deu-se no reinado de Henrique VIII. O rei estava casado há 18 anos com Catarina de Aragão e não tinha nenhum filho homem. Decidiu anular seu casamento, para se casar com Ana Bolena, pedindo ao papa Clemente VII o divórcio. O papa negou o pedido do rei e Henrique VIII fundou sua própria Igreja.

A Igreja Anglicana permaneceu idêntica à Igreja Católica, sendo diferente na autoridade máxima dos anglicanos, que passou a ser o rei e não o papa.


A Contra-Reforma :


Foi um movimento de reação por parte da Igreja Católica em oposição ao protestantismo

Concílio de Trento (1545-1563): reafirmação dos dogmas, proibiu-se a venda de indulgências, fundou-se seminários e exigiu-se disciplina do clero.

Reestabelecimento dos tribunais da Santa Inquisição

Index Librorum Prohibitorum: Livros cuja leitura era proibida pelos fiéis.

Criação da Companhia de Jesus em 1534 por Inácio de Loyola.

sábado, 12 de junho de 2010

Revolução Russa


No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas).

Rússia Czarista

Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com os governo do czar.

No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No conhecido Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo czar.

Começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de Lênin. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.


A Rússia na Primeira Guerra Mundial


Faltava alimentos na Rússia czarista, empregos para os trabalhadores, salários dignos e democracia. Mesmo assim, Nicolau II jogou a Rússia numa guerra mundial. Os gastos com a guerra e os prejuízos fizeram aumentar ainda mais a insatisfação popular com o czar.


- Greves, manifestações e a queda da monarquia -

As greves de trabalhadores urbanos e rurais espalham-se pelo território russo. Ocorriam muitas vezes motins dentro do próprio exército russo. As manifestações populares pediam democracia, mais empregos, melhores salários e o fim da monarquia czarista. Em 1917, o governo de Nicolau II foi retirado do poder e assumiria Kerenski (menchevique) como governo provisório.

A Revolução Russa de outubro de 1917

Com Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na Rússia. Os bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução que ocorreu em outubro de 1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin assumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram para as mãos dos trabalhadores.

Lênin também retirou seu país da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918. Foi instalado o partido único: o PC (Partido Comunista).

A formação da URSS

Após a revolução, foi implantada a URSS ( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento econômico, principalmente após a NEP ( Nova Política Econômica ). A URSS tornou-se uma grande potência econômica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados Unidos na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução a situação da população geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios socialistas. A falta de democracia imperou na URSS.

1) Condições Sócio Econômicas da Rússia Pré-Revolucionária :

Política: CZAR (Imperador Russo) Czar Nicolau II:

Autocracia: governo em que o soberano possui poderes ilimitados e absolutos
Economia: • Predominantemente Agrária (80%)

20%: Comércio e Indústria (capital estrangeiro, principalmente francês em cidades como: São Petesburgo e Moscou)

Sociedade: Classe Dominante: Czar, Clero Ortodoxo Russo, Nobreza Aristocrática (Latifundiários) Burguesia “Desorganizada” (por ainda se encontrar em um processo de início de industrialização)
Classe Dominada: Proletários e grande massa de Camponeses

2) Bases Políticas:

PARTIDO OPERÁRIO SOCIAL DEMOCRATA RUSSO (POSDR):

• Mencheviques: Etapistas

• Bolcheviques: Revolucionários

3) Revolução de 1905 – “O Ensaio Geral” (Lênin)

• 1904: Guerra Russo Japonesa: disputa imperialista por áreas de influência na China – Manchúria e Coréia)

• 22/01/1905 – “DOMINGO SANGRENTO”: Manifestação Pública na qual operários marcharam rumo ao Palácio de Inverno do Czar e entregariam uma petição de direitos (reformas sociais, políticas, religiosas, fiscais, trabalhistas e elaboração de uma Constituição por uma Assembléia Nacional). Centenas de trabalhadores foram metralhados pelos soldados do czar.

• Em resposta ao “Domingo Sangrento” greves e manifestações eclodiram na Rússia, estendendo-se, inclusive, às unidades militares (como foi o caso da rebelião dos marinheiros do “Encouraçado Potemkim”)

• Surgimento dos SOVIETS: termo russo que significa “Conselho”. Eram as Assembléias ou Conselhos de deputados eleitos e formados por operários, soldados e camponeses entre as Revoluções de 1905 e 1917. Após a Revolução de Bolchevique, os soviets se tornaram um órgão deliberativo de Estado.

• DUMA (Parlamento): Convocada pelo Czar Nicolau II após a Revolução de 1905 para tentar apaziguar o clima de tensão entre o povo russo. Todavia a Duma não teve representatividade, pois era composta de membros da nobreza aristocrática e burguesia, além de ser um órgão cuja função era meramente consultiva e poderia ser dissolvida a qualquer momento pelo Czar.

A Rússia na Primeira Guerra Mundial

Entrando ao lado da Tríplice Entente (juntamente com a França e Inglaterra), a Rússia ficou responsável pelo front oriental (Alemanha X Rússia). As derrotas levaram ao aceleramento da queda do regime czarista russo e à revolução.

5) Revolução de Fevereiro-Março de 1917 – (Mencheviques):

• Principal Característica: Democrático-Burguesa

• 23/02/1917 (Calendário Russo) – 08/03/1917 (Calendário Ocidental): “Glória às mulheres em luta pela liberdade” estava escrito em um cartaz de comemoração ao Dia Internacional das Mulheres.

Do dia 23 à 27 de fevereiro, além dessa manifestação feminina uma série de outras manifestações populares ocorreram na Rússia. O Czar Nicolau II agora, sequer, poderia contar com seus soldados que se juntaram aos revolucionários e, no dia 27, soldados e trabalhadores ocuparam o Palácio de Inverno e o czar abdica do trono.

• DUALIDADE DE PODERES:

 Governo Provisório: exercido por Alexander Kerenski – Mencheviques (não correspondia às aspirações populares)

SOVIETE DE PETROGRADO:


Comando das tropas locais do exército e marinha, controle das estradas e ferrovias, gestão dos correios e telégrafos:

• Anistia Política

• Rússia Continua na Primeira Guerra Mundial.

6) Revolução de Outubro-Novembro de 1917 (Bolcheviques):

• LÊNIN: “Teses de Abril” , “PAZ, TERRA E PÃO: TODO PODER AOS SOVIETES”

•TROTSKY: Comandante da “Guarda Vermelha”. Foi eleito presidente do Soviete de Petrogrado. Promove, juntamente com Lênin, a derrubada do Governo Provisório.

25/10/1917 (Calendário Russo) – 07/11/1917 (Calendário Ocidental): O “Comitê Militar Revolucionário” do Soviete de Petrogrado e a “Guarda Vermelha” depõem o Governo Provisório Menchevique e formam o “CONSELHO DE COMISSÁRIOS DO POVO”

O GOVERNO DE LÊNIN (1917 – 1924):

• Assinatura do Tratado de Brest-Litovsk (Saída da Rússia da 1ª Guerra)

• Reforma Agrária

• Institucionalização dos Sovietes

• Nacionalização dos Bancos

 Organização do aparelho repressivo - criação da policia política CheKa

• A Guerra Civil (1918 – 1921):

EXÉRCITO BRANCO CONTRA EXÉRCITO VERMELHO:
Inglaterra, França, EUA, Itália, etc, Oficiais Monarquistas, Politicos Conservadores, Burguesia e Latifundiários, VERSUS,  Tropas representantes do Governo Bolchevique e Guarda vermelha.
Comunismo de Guerra: rígido controle sobre a produção e o consumo
“Cordão Sanitário” (isolamento da Rússia do restante do mundo).

• N.E.P. (Nova Política Econômica – 1921 – 1927): retorno parcial à formas de economia capitalista para superar a crise pós-guerra civil

• 1922: Criação da União das Repúblicas Socialistas e Soviéticas (U.R.S.S.) por Lênin

• 1924: Morte de Lênin

7) TROTSKY X STALIN:

- Assasinato de Trotsky no Mexico

8) O GOVERNO DE STALIN (1924 – 1953):

1 -  Expurgos

2 - Planos Qüinqüenais

3 - Culto à Personalidade

4 - Governo Ditatorial

5 - Execuções Sumárias

6 - Campos de concentração Gulags na Sibéria.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

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Napoleão e o Arco do Triunfo

Era Napolêonica

Após o golpe de Napoleão chamado 18 Brumário que no calendário da Revolução Francesa significa 09 de novembro, houve um plebiscito que aceitou a Constituição do Ano 8 da Revolução. Instaurando o Consulado Triplo de 1799-1802. O Consulado tinha entre seus cônsules Napoleão. Um segundo plebiscito aprovou a Constituição do Ano 10 que instalou o Consulado Uno e Vitalício de Napoleão e que duraram outros dois anos até o seu atentado.

O atentado gerou um terceiro plebiscito e a consequente instauração do Império com Napoleão imperador. O Império seguiu por 10 anos – de 1804-1814 e sua derrota final veio na Batalha de Waterloo após o enfraquecimento do exercito depois das guerras na Espanha e na Rússia.

Com a derrota, Napoleão foi mandado em exílio para a ilha de Elba ao norte da ilha de Córsega. Por 11 meses o Ex-imperador ficou aprisionado como o Imperador de Elba. Em 1815 fugiu e partiu para Paris a pé sendo seguido por milhares de militares para retomar o poder.

Ao chegar a Paris, deu início ao período chamado Os Cem Dias de Napoleão que durou de Março de 1815 até Junho quando Napoleão foi novamente exilado.

As maiores realizações de Napoleão foram:

A centralização do poder após anos de instabilidade depois da Revolução Francesa, Reforma educacional na França com a instalação de vários liceus e colégios, a concordata com a Igreja Católica que retornou os padres ao território francês, a criação do Banco da França e do franco que durou até a entrada do Euro, Código Civil Napoleônico: que representou a consolidação dos ideais da Revolução Francesa.

O grande brilhantismo de Napoleão foi observado nas guerras. No âmbito econômico, a maior concorrente da França era a Inglaterra. No âmbito político, a Áustria, a Prússia e a Rússia viam a expansão de Napoleão como uma expansão dos ideais da Revolução Francesa. Sendo países absolutistas, temiam que revoluções similares eclodissem em seus territórios.

Para combater a Inglaterra, a França instaurou o Bloqueio Continental que visava sufocar o comércio. Isto provocou a vinda da família Imperial ao Brasil e do príncipe regente João VI que eram aliados dos ingleses. Mas quebras do Bloqueio permitiram a sobrevivência da Inglaterra. Em especial, a quebra do Bloqueio pela Rússia iniciou a iniciativa que iria destruir o império de Napoleão.

Com a derrota final de Napoleão foi convocado o Congresso de Viena que reuniu Áustria, Rússia, Prússia e Inglaterra. A meta era reorganizar o mapa político europeu estabelecendo um equilíbrio entre as grandes potências. Para isso foi adotado o Princípio da Legitimidade, proposto pelo primeiro ministro francês, Talleyrand. As nações europeias deveriam retornar a ter as mesmas fronteiras e dinastias que possuíam em 1789. Metternich, primeiro ministro austríaco foi considerado a alma do Congresso.

O resultado do Congresso foi à restauração do Absolutismo e a negação do liberalismo burguês. Como método de programar as decisões do Congresso, foi formada a Santa Aliança que seria um instrumento político e militar que reprimiria militarmente movimentos de caráter liberal e ou revolucionários.